Cheguei ontem lá de Trás-os-Montes. Foi uma viagem cansativa, conduzir tantos kilómetros acaba por fazer-me doer o joelho.
A estadia passou-se bem. A adaptação à vida no campo custou-me. Passar de mil à hora para uns 50kms/h é uma grande mudança.
Ouvir somente os passarinhos e sentir a aragem fresca e pura das montanhas, revitaliza qualquer um. O cheiro das galinhas e dos coelhos, da terra a ser sachada e das vinhas a serem podadas ainda está comigo.
Murça, vila de gente boa e trabalhadora. Vivem da tradição, o que não deixa de ser bonito saber que ainda não se perdeu tudo.
Sexta feira Santa, à noite havia procissão. Cortejo fúnebre de arrepiar, pelas ruas da vila. Um silêncio de morte e a banda local a tocar temas de arrepiar a espinha.
Domingo de Pascoa, pela manhã mais uma procissão. Um mar de gente devidamente aperaltado. Homens já de certa idade apresentavam os seus melhores fatos (há que dar uso e ar à roupa impregnada de naftalina).
Desta vez, para além da banda, os bombeiros vestidos a preceito caminhavam também atrás do andor com uma imagem feminina que me pareceu ser a Mãe de Jesus (perdoem-me os cristãos devotos mas as imagens são sempre muito parecidas, reconheço-as normalmente pela cor do cabelo).
Pelas ruas, as pessoas penduravam às janelas as suas melhores colchas bordadas e atiravam pétalas de flores à passagem do andor com a imagem da santa.
Debaixo de algum calor e um percurso de uma hora e pouco, assim se passou a manhã.
Antes do almoço, tinhamos por hábito ir à tasca beber um aperitivo. Para além da senhora atrás do balcão, eu era a única mulher a conviver no meio dos homens da terra.
Na mesa esperava-nos um cabrito assado no forno com um aspecto fabuloso.
Abriu-se uma garrafa de Champangne verdadeiro que me levou aos céus. Bebi-o numa taça, como deve de ser e não numa flute ordinária.
À tarde a espera pelo padre ir abençoar a casa foi longa. Eu tive de me esconder, parecia mal diziam elas, pois recuso-me a beijar a cruz. Faço parte da tradição dos costumes mas não me peçam mais. Beijar um símbolo que não me diz nada, parecia-me demasiado.
A semana passou-se tranquilamente.
Fomos a Vila Real. Adorei.
Visitamos também Mirandela, detestei aquilo.
Passeamos pelas terras visinhas, vi bois serenos, ovelhas a pastar e vimos das vistas mais bonitas do nosso país.
Ajudei o meu primo a engarrafar o vinho caseiro. Fiquei com s unhas encardidas, ainda não saiu.
Dei comer às galinhas e apaixonei-me por um coelhinho adorável mas que ficou por lá numa vida de fartura à espera de ir para a panela tal como seria o destino das belas galinhas.
Regressei a casa com pena. Estava-me a afeiçoar à vida no campo.
Viemos carregados com bom vinho e azeite caseiros. Batatas, couves, jarros que estão neste preciso momento a adornar a minha mesa de jantar.
Plantei Alfazema, espero que não morra.
Espero voltar a Murça pela altura das vindimas. Quero mesmo enfiar-me no tanque a pisar as uvas.
De volta à cidade e a uma realidade pouco feliz.
Friday, April 29, 2011
Tuesday, April 19, 2011
terra
Ontem fez 1 ano que estou na minha casa.
Abri um Pêra Doce Reserva 2009.
Não sei por quanto mais tempo cá estarei na minha falsa independência.
Foi uma noite cheia de relâmpagos e trovoada.
Este fim de semana cheguei à conclusão que quero ter uma horta.
Quero fazer agricultura.
Vou para Murça ambientar-me e quando voltar vou estagiar com o Sr. Mariano, o jardineiro dos meus avós de Paço d'Arcos.
Abri um Pêra Doce Reserva 2009.
Não sei por quanto mais tempo cá estarei na minha falsa independência.
Foi uma noite cheia de relâmpagos e trovoada.
Este fim de semana cheguei à conclusão que quero ter uma horta.
Quero fazer agricultura.
Vou para Murça ambientar-me e quando voltar vou estagiar com o Sr. Mariano, o jardineiro dos meus avós de Paço d'Arcos.
Monday, April 11, 2011
percorrer
Acordei cedo e depois da minha taçada de chocapic falsificado fiz-me à estrada a caminho das Amoreiras. Decidi ir a pé e fui pelo trajecto mais longo. Percorri zonas onde não estava há mais de 10 anos. Revivi momentos do secundário e até mesmo da minha infância quando passei pelo Nacional, onde a minha avó Deolinda me costumava levar à piscina de vez enquando nas férias do verão. Duvido que haja alminha lisboeta que nunca tivesse ido ao Nacional.
O Amoreiras está na mesma, só que com algumas lojas diferentes. Que depressão.
Ao voltar, fui pela Avenida da Liberdade abaixo e já no Rossio decido enfiar-me no metro e ir aos Olivais visitar outro shopping. O espaço é estranho, não me convenceu. E, parece-me que a estação de metro está prestes a ruir de infiltrações. Que medo.
Mais uma vez mudo de planos e, em vez de ir para casa, sigo para o Vasco da Gama.
Sempre achei o mais simpático deles todos. Deve ser por não ser completamente vedado da luz exterior. O sol está sempre a bater.
Aproveitando o cartão do Continente, fiz umas compras e finalmente rumo a casa completamente estoirada de tantos kilómetros a pé e para piorar isto: carregadíssima.
Agarrei-me ao sofá e só o larguei porque o Sérgio me convidou para ir ao cinema.
Fomos ver o The Adjustment Bureau.
Gostei bastante, acho que me deu uma certa esperança de conseguir mudar o meu futuro.
Também me relacionei com a sensação de não se saber a razão de haver aquele magnetismo inevitável com certas pessoas.
Sinto-me cansada mas não me apetece dormir.
A Radar está a passar música deliciosa para o meu mood nocturno.
Novo programa "Em Transe".
Audiohipnose, é como o Ricardo Mariano lhe chama, não podia haver palavra mais correcta.
O Amoreiras está na mesma, só que com algumas lojas diferentes. Que depressão.
Ao voltar, fui pela Avenida da Liberdade abaixo e já no Rossio decido enfiar-me no metro e ir aos Olivais visitar outro shopping. O espaço é estranho, não me convenceu. E, parece-me que a estação de metro está prestes a ruir de infiltrações. Que medo.
Mais uma vez mudo de planos e, em vez de ir para casa, sigo para o Vasco da Gama.
Sempre achei o mais simpático deles todos. Deve ser por não ser completamente vedado da luz exterior. O sol está sempre a bater.
Aproveitando o cartão do Continente, fiz umas compras e finalmente rumo a casa completamente estoirada de tantos kilómetros a pé e para piorar isto: carregadíssima.
Agarrei-me ao sofá e só o larguei porque o Sérgio me convidou para ir ao cinema.
Fomos ver o The Adjustment Bureau.
Gostei bastante, acho que me deu uma certa esperança de conseguir mudar o meu futuro.
Também me relacionei com a sensação de não se saber a razão de haver aquele magnetismo inevitável com certas pessoas.
Sinto-me cansada mas não me apetece dormir.
A Radar está a passar música deliciosa para o meu mood nocturno.
Novo programa "Em Transe".
Audiohipnose, é como o Ricardo Mariano lhe chama, não podia haver palavra mais correcta.
Saturday, April 9, 2011
Sunday, April 3, 2011
voa
Sinto-me confiante para amanhã mas lá no fundo há sempre uma pitada de nervosismo.
Só espero que corra bem.
Passadas duas semanas, já começo a ficar com uma pilha e nervos...
Só espero que corra bem.
Passadas duas semanas, já começo a ficar com uma pilha e nervos...
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